Foto: UERJ
A decisão foi produzida pela Comissão da Verdade e Memória LuĂs Paulo da Cruz Nunes, instituĂda em 2024, a fim de ampliar e aprofundar debates e anĂĄlises sobre os fatos ocorridos na Uerj durante o perĂodo da ditadura militar (1964-1985).
O documento aponta que o homenageado não atendia aos critérios estabelecidos no regimento para outorga da honraria: "personalidade eminente, nacional ou estrangeira, que tenha se destacado singularmente por sua contribuição à cultura, à educação ou à humanidade".
"Os registros da Comissão Nacional da Verdade apontaram 180 casos de graves violações dos direitos humanos no perĂodo de recrudescimento ditatorial de Médici, mas estamos conscientes de que o elenco anterior jĂĄ é suficiente para ratificar a proposição de retirada do tĂtulo doutor honoris causa", diz o relatório da Comissão.
Médici presidiu o paĂs entre 1969 e 1974 e colaborou para a edição, em 1968, do AI-5, ato institucional que representou o endurecimento de um regime que aplicava prĂĄticas de tortura, assassinato e desaparecimento de pessoas crĂticas ao golpe. O documento ressalta "que o ex-presidente atuou como ditador com ameaças aos opositores e silenciamento contĂnuo".
A reitora da Uerj, Gulnar Azevedo e Silva disse que ficou feliz com a decisão.
"Estamos cumprindo nosso papel de reparação, num momento em que o mundo precisa entender que a defesa incondicional da democracia deve estar presente em todos os espaços", afirmou.
Fonte: Agencia Brasil